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Pescador fisgou surubim de 40 quilos no rio São Francisco, na Bahia

Há muito tempo a população ribeirinha do rio São Francisco não via tanta fartura de peixes como após as cheias do início de 2022. Na manhã desta terça-feira (29), um pescador de 49 anos fisgou um surubim de 40 quilos no município de Malhada, primeiro da Bahia a ser banhado pelo Velho Chico.

De acordo com o Portal Folha do Vale, o peixe que mediu mais de um metro e meio foi pescado por Luiz Duque Farias, conhecido pelo apelido de “Luizão”, morador da Ilhas das Melancias em Malhada.

Ao portal, o pescador contou que procurava outros peixes, mas logo no início da pescaria capturou o surubim. “Sempre pesco por aqui, mas quando fisguei o surubim foi muita adrenalina”, disse Luizão.

Ele disse se lembrar de um peixe deste tamanho sendo pescado no rio nas últimas décadas, isso por conta das secas severas que deixaram o rio com muito pouca água por longos períodos. “A enchente trouxe esse bichão aqui, mas eu acredito que tem outros maiores aqui”, comentou.

A reportagem questionou Luizão se ele acredita que o peixe seria criado em cativeiro e fugido para o rio com as cheias. O pescador afirmou que não acredita, já que na década de 90 ele pescava peixes até maiores que esse no Velho Chico. “Essa enchente trouxe muita riqueza para nossa região “encerrou Luizão.

O surubim é uma das principais espécies da bacia do rio São Francisco e um dos mais ameaçados por conta da seca, pesca predatória e outros fatores que degradam a bacia. Este peixe também pode ser encontrado na bacia Amazônica, Prata e em grande abundância no Rio Paraná.

Com hábitos noturnos, o surubim possui couro e apresenta cabeça achatada e volumosa tomando boa parte do corpo. A coloração é cinza-parda, ventre esbranquiçado e pequenas manchas pretas arredondadas, inclusive nas nadadeiras.

Frequentador do fundo dos rios, tem longos barbilhões e sua carne é de excelente qualidade. É um dos maiores peixes do Brasil, normalmente atinge 1m de comprimento, pesando entre 60 kg e 80 kg. Mas há registros de exemplares com mais de 2m pesando 100 kg. Nos últimos anos, a criação em cativeiro do Surubim tem sido bastante difundida, principalmente por conta da falta do peixe em abundância nos rios.

Cheia de 2022
A cheia do rio São Francisco em 2022 foi uma das maiores desde as grandes enchentes de 1992, com níveis registrados similares aos do ano de 2007 no Norte de Minas e superiores em algumas regiões da Bahia.

As hidroelétricas de Três Marias, na Região Central Mineira, e de Sobradinho, no Vale São-Franciscano Baiano, ficaram com comportas abertas por mais de 60 dias entre janeiro e março. Ao fim do período chuvoso, elas estão bem próximas de atingirem a capacidade máxima.

Em todo trecho do rio, a expansão das margens proporcionou grandes áreas de alagadiço, favorecendo a reprodução dos peixes durante a piracema.

Por Folha do Vale / Foto: Roberto Castro

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