A Procuradoria-Geral da República (PGR) respondeu 11 dias após o prazo concedido pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, se investigaria o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas denúncias de corrupção no Ministério da Educação. O prazo era até o dia 08 de abril.
O inquérito foi aberto a partir do pedido do próprio procurador-geral, Augusto Aras, para investigar o ex-ministro Milton Ribeiro. Ao autorizar a abertura, Cármen argumentou ser imprescindível apurar a conduta de todos os envolvidos, não apenas do ex-ministro.
Apesar da determinação do STF, não há previsão legal para o estabelecimento de prazos para a atuação do Ministério Público. Como Aras está de férias, a resposta foi dada pela vice-procuradora-geral, Lindôra Araújo, que já se manifestou de forma favorável à família Bolsonaro em outras ocasiões.
Procuradores avaliam que o processo pode correr de maneira mais efetiva na primeira instância. Como Ribeiro perdeu o foro ao deixar a pasta e a maior parte das irregularidades aconteceu nos municípios, há quem defenda que os procuradores regionais possam ter mais sucesso nas apurações.
Em conversa gravada obtida pelo jornal Folha de S. Paulo, Ribeiro afirmou que o governo federal priorizava prefeituras cujos pedidos de liberação de verba foram negociados por dois pastores que não tinham cargo e atuavam em esquema informal no MEC. Ele diz, ainda, que isso atendia a um pedido especial de Bolsonaro. Após a revelação das denúncias, Ribeiro pediu demissão da pasta.
O ex-ministro já prestou depoimento à Polícia Federal e admitiu ter recebido os pastores a pedido do presidente, mas negou favorecimento.
Por bahia.ba / Foto: Clauber Caetano/Agência Brasil