O presidente Luiz Inácio Lula da Silva questionou nesta quinta-feira (23) o relato de que líderes do PCC pretendiam sequestrar e matar autoridades, entre elas o senador e ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro (União-PR). “Acho que é mais uma armação do Moro”, afirmou o titular do Palácio do Planalto em visita ao Complexo Naval de Itaguaí (RJ). O plano do PCC foi revelado na quarta (22), pela Operação Sequaz, da Polícia Federal.
Sobre o caso, Lula afirmou que “é visível que é uma armação do Moro, mas eu vou pesquisar e descobrir o porquê da sentença”. O chefe do Executivo federal comentou sobre a autorização para a PF realizar a Sequaz, assinada pela juíza federal Gabriela Hardt, que substituiu Sergio Moro na Operação Lava Jato quando este saiu da magistratura para assumir a pasta da Justiça no governo de Jair Bolsonaro (PL).
“Até fiquei sabendo que a juíza não estava nem em atividade quando deu o parecer para ele, mas isso a gente vai esperar”, afirmou Lula. O presidente acrescentou que, se for comprovada armação, Sérgio Moro “vai ficar mais desmascarado ainda. Eu não sei o que ele vai fazer da vida se continuar mentindo como está mentindo”.
Responsável, na primeira instância, pela condenação de Lula na Lava Jato – sentença que posteriormente foi anulada e levou a suspeição do ex-juiz em julgamento no Supremo Tribunal Federal -, Moro também sempre ficou em lado oposto ao de Lula na política. Na terça (21), em entrevista à TV 247, o presidente da República revelou que disse a procuradores quando estava preso que só ia ficar bem quando F… o Moro. Em resposta, o ex-juiz criticou as declarações “fala de baixo calão, utilizando termos grosseiros“.
Nesta quinta, Lula afirmou que não se preocupa com o adversário. “Minha preocupação é 215 milhões de brasileiros que estão esperando que a gente melhore a vida deles e é isso que eu vou fazer”, declarou.
Fonte: bahia.ba / Fotos: Lula Marques e Marcelo Camargo/Agência Brasil